terça-feira, 31 de maio de 2011

FLUXOGRAMAS MECÂNICOS

Este é o primeiro post do Blog e achei melhor começarmos com um desenho que é a base para entendermos e projetarmos uma instalação industrial, que chamamos de Fluxograma Mecânico ou de Detalhamento.

Vou explicar aqui em linhas gerais do que se trata este tipo de desenho, e ressaltarei pontos importantes a serem observados durante a sua confecção.

Definição: Os fluxogramas são desenhos esquemáticos, não-projetivos, que mostram toda a rede de tubulações, equipamentos e acessórios de uma instalação industrial. Devido à complexidade de uma planta industrial típica, normalmente são subdivididos por sistemas ou fluidos de trabalho. Os fluxogramas têm a finalidade de mostrar o funcionamento de um determinado sistema, desconsiderando-se detalhes de fabricação, construção ou montagem. Do ponto de vista do processo, representam a classe de desenhos mais importante da instalação, devendo necessariamente o projeto básico contemplá-lo. De uma forma geral, podem ser de dois tipos:

Fluxogramas de Processo – Elaborados pela equipe de processos, indicam principalmente como se dará o escoamento dos fluidos na instalação, onde serão processados, bombeados, armazenados, etc, devendo conter os principais equipamentos de caldeiraria, máquinas, tubulações, válvulas e instrumentos, com indicação dos seus respectivos TAG’s e características básicas.


Fluxogramas Mecânicos ou de Detalhamento – Elaborados pela equipe de processos junto com a equipe mecânica. Além dos elementos já existentes no fluxograma de processo, devem ser também detalhados toda a malha de controle e também equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios de utilidades, secundários e auxiliares.

Clique nas imagens para ampliar.


Para todos os tipos usuais de vasos, equipamentos, válvulas e instrumentos, existem convenções de desenho que devem ser obedecidas. A norma PETROBRAS N-58, apresenta os símbolos gráficos para composição dos fluxogramas de processo e de engenharia.

Segundo a norma PETROBRAS N-1692, as recomendações a seguir devem ser adotadas na representação geral, conteúdo e traçado dos fluxogramas de engenharia:

• Os fluxogramas devem ser executados preferencialmente no formato A1.

• Como regra geral deve-se adotar um número máximo de 15 equipamentos principais por fluxograma, acrescentando-se em cada desenho uma tabela com seus dados principais.

• Em sistemas complexos, cujo fluxograma não possa ser apresentado em um único desenho ou quando for julgado conveniente separar as tubulações de processo das de utilidades ou de pacote, podem ser utilizados vários desenhos.

• É recomendado que as tubulações que passam de um desenho para outro estejam na mesma posição relativa com o objetivo de facilitar a leitura.

• Quando as tubulações de utilidades ou auxiliares forem apresentadas em fluxogramas separados, os seguintes procedimentos devem ser adotados. 

a) As tubulações do fluxograma principal vindo ou indo para os coletores principais de utilidades ou auxiliares devem terminar em um retângulo, onde deve ser inscrito um número de referência correspondente ao tipo de utilidade ou sistema auxiliar.

b) Deve constar no campo “Notas Gerais” uma tabela associando cada fluido-utilidade (ou auxiliar) ao seu correspondente número de referência. Esta tabela pode ser representada apenas no primeiro fluxograma, quando houver um desenho específico reservado para informações gerais, tais como apresentação de detalhes típicos e relação de notas gerais.

c) Os fluxogramas de utilidades ou auxiliares não devem indicar informações (válvulas, instrumentos) que já tenham sido apresentadas nos sistemas principais.

d) Os fluxogramas devem indicar a lista ou tabela de todos os seus componentes, com a indicação da respectiva responsabilidade no projeto (PETROBRAS e terceiros), detalhes típicos de instalação, lista de consumo de utilidades e identificação simplificada das linhas.


Recomendações de conteúdo  

• Os fluxogramas de engenharia devem conter, no mínimo, as seguintes informações.  

a) Todos os equipamentos principais de caldeiraria (tanques, torres, vasos, reatores, caldeiras, fornos e permutadores de calor) e de máquinas (bombas, compressores, ventiladores, sopradores e ejetores), com sua identificação e características básicas. 

b) Todos os equipamentos secundários (filtros, purgadores, figuras 8) que tenham alguma função no processo, manutenção, operação ou montagem. 

c) Indicações de qualquer exigência de serviço, como por exemplo, equipamentos que devam ficar próximos ou elevações relativas que devam ser mantidas. 

d) Todas as tubulações principais, de utilidades e auxiliares, com suas identificações, sentido de fluxo e, se existirem, condições especiais de serviço (declividade constante, fluxo por gravidade ou termossifão, inexistência de pontos altos ou baixos, obrigatoriedade de traçado retilíneo, exigências de mínima perda de carga ou de arranjo simétrico ou especial, existências de dupla fase de escoamento ou de vibrações).

 e) Todas as válvulas consideradas indispensáveis para o processo. 

f) Todos os instrumentos com suas identificações, estações de controle e sistema de acionamento dos atuadores de controle. 

g) Indicações de isolamento térmico e/ou sistema de aquecimento (a vapor ou elétrico) para tubulações e equipamentos. 

h) Pontos onde haja alteração de padronização de material de tubulação (mudança de SPEC). 

i) Linhas de drenos e suspiros considerados indispensáveis ao processo.